No dia 1 de julho de 2019 teve lugar uma sessão de formação dos técnicos da ASPEA pela doutora em Ciências da Comunicação Chrysi Rapanta, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa.
O objetivo da formação foi abordar a implementação de processos de argumentação como metodologia de aprendizagem nas aulas, metodologia que será aprofundada nas sessões de formação dos professores no âmbito do Projeto “Vamos Cuidar do Planeta!”.
A primeira ideia discutida foi a de que o professor não perde a sua autoridade quando pede aos alunos para pensarem por eles próprios. Esse será talvez o primeiro “mito” a desconstruir entre os defensores de uma aprendizagem tradicional.
Quando os alunos pensam por eles próprios, conseguem construir melhor o seu conhecimento. Para isso, é importante que os professores ajudem os alunos a fazer “framing”, isto é, a enquadrar e a perceber o que vão fazer nas aulas e os conteúdos que vão abordar. Os professores têm o papel de promotores de argumentação nos alunos.
Na primeira parte da formação, foi explicado o que é a argumentação, a diferença entre explicar e argumentar, os requisitos para argumentar e alguns tipos de assuntos a abordar neste contexto, com exemplos para diferentes disciplinas escolares.
Na segunda parte da formação, a argumentação e o ensino foram relacionados através do discurso do professor, que se pode tornar mais argumentativo através de várias abordagens comunicativas na sala de aula. Outros assuntos abordados foram as competências argumentativas e o Padrão Argumentativo de Toulmin.
Na terceira parte da formação, foi apresentado o tema das falácias, que podem ser consideradas como paralogismos, ou seja, raciocínios falsos que parecem ser verdadeiros. Na formação foram apresentados os paralogismos mais comuns na educação, como por exemplo a generalização precipitada.
Esta formação foi interessante e dinâmica, uma vez que preparou os técnicos do projeto para utilizar a argumentação como metodologia na formação de professores e teve várias atividades que permitiram aprender de uma forma mais ativa, tais como jogos relacionados com a argumentação e trabalho em grupo para analisar textos (de diálogos na sala de aula, por exemplo) e construir um mapa argumentativo.
No final da formação foram referenciados três artigos científicos úteis, que podem ser consultados nestes links:
Orlando G. Aguiar Jr. e Eduardo F. Mortimer; Tomada de consciência de conflitos: Análise da atividade discursiva em uma aula de ciências (2005) (Inglês) https://drive.google.com/file/d/1e8hONr_1N58h813bE-3GEIdwKyHY_Mcw/view?usp=sharing
Chrysi Rapanta e Douglas Walton; Identifying paralogisms in two ethnically different contexts at university level (Inglês - Espanhol)
Chrysi Rapanta; Professores como Facilitadores da Argumentação entre Estudantes: Uma Necessidade Emergente (Revista Portuguesa de Pedagogia, 2016) (Português)
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